sexta-feira, 13 de agosto de 2010

ISQUEMIAS

Isquemia é definida como sendo o fluxo arterial insuficiente para manter as funções normais teciduais, isto é a diminuição de nutrientes (glicose, oxigênio, proteínas, vitaminas, enzimas, etc) para os tecidos e o retardo na retirada dos metabólitos. A isquemia pode ser total quando o fluxo arterial for insuficiente para manter a vida celular ou tecidual, ou parcial que mantém a viabilidade celular, porém com risco de evoluir para a morte celular, dependendo da nobreza do tecido e do tempo em isquemia. Já a hipóxia é somente a diminuição de oferta de oxigênio aos tecidos, mas, também é lesiva aos tecidos.  
A isquemia de membro aguda é qualquer decréscimo agudo ou piora da perfusão do membro causando potencial ameaça à viabilidade da extremidade. A síndrome do dedo azul (blue toe) é um exemplo de isquemia aguda, caracterizada dor súbita, cianose dos pododáctilos e antepé devido à embolia (ateroembolismo) de fonte arterial e que mantém todos pulsos presentes, com oclusão das artérias digitais. Quadro semelhante também pode acontecer para os membros superiores.
Isquemia aguda difusa do membro é caracterizada por dor súbita e progressiva, entorpecimento, enfraquecimento, paralisia da extremidade, acompanhada de palidez, às vezes cianose, esfriamento, e ausência de pulsos. Isquemia aguda é tipicamente causada por embolia para artéria distante da fonte embolígena, ou oclusão de artéria nativa por trombose devida a doença pré-existente ou pós-revascularização.

A isquemia crônica de membro é aquela que apresenta dor ao exercício e alívio em repouso, devida à doença arterial, exemplo claudicação intermitente. 
Isquemia crônica crítica de membro deve ser usada para todos doentes portadores de isquemia crônica com dor em repouso de forte intensidade e persistente (por mais de quatro semanas), úlceras ou gangrena, requerendo analgésicos especiais como opiáceos e atribuída objetivamente à doença arterial. A não cicatrização das úlceras deve ser decorrente da isquemia (excluir neuropatia, infecção e outros fatores). A gangrena deve ser conseqüente da isquemia do antepé (excluir os casos de ateroembolismo). 

Dor é definida como uma experiência desagradável sensorial e ou emocional, associada a lesões teciduais reais ou potenciais.
Dor em repouso é definida como: a dor em repouso ou isquemia podálica difusa e principalmente localizada no antepé ou pododáctilos, pode se manifestar mais proximal também, mas não poupa as partes distais, devida a isquemia crônica, e não é aliviada com analgésicos comuns. Piora com elevação do membro, é diminuída com o membro pendente e é piorada à noite. A dor é causada pelo fluxo arterial insuficiente para manter a demanda metabólica dos tecidos em repouso.
Cianose fixa é definida como sendo a coloração cianótica das extremidades que não se altera com a mudança de posição ou elevação, devida a isquemia, normalmente não reversível, caracterizando a pré-gangrena.
Gangrena é necrose (morte celular, de tecido ou de órgão) devido à obstrução, ou diminuição do fluxo sangüíneo; pode ser localizada numa pequena área ou comprometer o membro inteiro ou órgão, e pode ser seca (mumificação) ou úmida. Caracterizada por cianose fixa, anestesia dos tecidos envolvidos, progredindo para a necrose (morte tecidual) como resultado da redução do fluxo arterial e sendo insuficiente para o mínimo metabolismo requerido para manter a vida celular.
Úlcera isquêmica é devida à insuficiência de fluxo arterial, ou mínimo trauma de um tecido isquêmico, e que a cicatrização é possível com aumento do fluxo arterial na maioria das vezes requerendo fluxo pulsátil. Essa úlcera normalmente é muito dolorida e está presente mais tipicamente nas extremidades

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